Vale a pena comprar um carro hoje em dia? A verdade que ninguém te conta!

 


Podemos dizer que a mobilidade urbana mudou nos últimos anos, porém muita gente ainda não se deu conta disso e se mantém com os mesmos conceitos de décadas atrás. Por isso, vamos apresentar pontos de vista, não só do aspecto financeiro, mas também de comodidade que a decisão envolve, e que talvez você não tenha se dado conta.

Hoje, na maioria das cidades, você tem acesso à:

  • Aplicativos de transporte (Uber, 99, InDrive, e outros);
  • Patinetes elétricos
  • Bicicletas elétricas
  • Motos elétricas
  • Transporte público (em algumas cidades)
  • Locações por hora / assinatura de carros
Essas opções alteraram a necessidade de possuir um carro para a maioria das famílias.


O custo REAL de ter um carro em 2025

Muita gente se esquece, mas ter um carro não é apenas comprar. Tem que manter. E pra manter tem um custo bem alto para a maioria das famílias.

Aqui temos uma média dos custos de um carro comum no Brasil:

  • IPVA: anualmente R$ 1500,00 a R$ 5000,00;
  • Seguro: anualmente de R$ 2000,00 a R$ 3000,00 (e nem vamos mencionar aqui que não dá pra ficar sem seguro, né?);
  • Manutenção/Revisões: semestralmente de R$ 1000,00 a R$ 3000,00;
  • Combustivel: Vai depender do quanto você anda, mas vamos colocar aqui entre R$ 300,00 e R$ 1000,00 por mês;
  • Depreciação: O carro perde entre 10 a 20% do seu valor a cada ano;
  • Estacionamento: Gasto diário que pode entrar na conta;
  • Outras Taxas (Licenciamento e qualquer coisa que o governo inventar): Podem ser algumas centenas de reais.
Com tudo isso, o valor anual vai girar entre R$ 15.000,00 a R$ 25.000,00, mesmo para carros populares.
Sugiro que neste ponto você calcule o quanto você gastaria.

Quando fiz este cálculo pela primeira vez, imaginei o valor de R$ 74.000,00 durante 20 meses em diferentes situações:

Investindo: Este valor, investido a uma taxa em torno de 1% ao mês, após os 20 meses, me retornaria R$ 18.830,50, além do valor inicial. Resultando num valor total de R$ 92.830,50.

Compra à vista: Se fizesse uma compra de carro à vista, iria utilizar todo o valor dos R$ 74.000,00, ao final de 20 meses o valor de revenda do veículo iria cair para em torno de R$ 59.200,00. Mas não para por aí, eu ainda precisaria pagar os custos do veículo, impostos, etc. O que nos deixaria com em torno de R$ 42.920,00. Ou seja, do valor inicial, após 20 meses perderia R$ 31.080,00.

Compra financiada: Com a magia dos financiamentos à "taxa zero", o valor não iria sair inteiro do bolso. Mas aqui há algumas pegadinhas, até para fazer este cálculo.
Primeiro que geralmente a taxa não é totalmente zero. São imbutidos vários custos no financiamento que no final equivalem à 0,99% ao mês na melhor das hipóteses. Mas tudo vai depender do seu score.
Mas de contrapartida, se você tiver o dinheiro inteiro, você pode aplicar o dinheiro, enquanto paga tudo em suaves prestações, o que acaba sendo mais interessante do que pagar à vista. Nos mesmos 20 meses, comprando financiado iriamos, ficar com o valor do veículo em torno de R$ 59.200,00, menos R$ 14.685,04 dos custos do financiamento, resultando num valor líquido do veículo em R$ 44.514,04. Mas não pára por aí, deste valor, temos que tirar o valor para manter o veículo, de em torno de R$ 16.280,00, porém, como pudemos aplicar uma parte do valor, pelo menos uma parte do mesmo acaba retornando. Em uma conta rápida, vamos assumir que metade do rendimento da primeira opção poderia ser obtido, ou seja R$ 18.830,50/2= R$ 9.415,25 de rendimento do investimento.
UFA. Agora vamos para o resultado.
+R$ 44.514,04 do valor do veículo líquido, descontado o valor de financiamento.
+R$ 9.415,25 de rendimento de aplicações
-R$ 16.280,00 de custos e manutenção do veículo
=R$ 37.649,29 de resultado.
Ou seja, pelo fato da aplicação, valeu a pena o financiamento, do contrário, você pode tirar o rendimento de aplicações e ficaria com um valor financeiro bem menor do que este.

Aluguel de carros: Este aqui é vendido como uma grande solução. Mas é uma grande furada. Para períodos longos é uma péssima ideia. Ao final de 20 meses de uso, um carro compatível iria te fazer perder R$ 46.381,40 e ainda você não teria nenhum bem.

Assinatura: Uma furada maior ainda. No 18º mês você gastaria todo o dinheiro.

Ou seja, de todas as alternativas disponíveis hoje no mercado, a melhor alternativa é ter todo o dinheiro e fazer a compra financiada enquanto aplica o valor das parcelas. Aqui você vai achar que estou te chamando de idiota, mas a segunda melhor alternativa é pagar à vista. Sendo a terceira alternativa financiar sem ter o valor. As outras opções não são alternativas interessantes do ponto de vista financeiro.

O que nos leva ao seguinte:

Alternativas

Antes de "batermos o martelo", há algumas alternativas que podemos trazer:

Motos
  • Baixo custo de manutenção e em alguns casos de aquisição.

  • Econômicas

  • Ideal pra quem anda sozinho

  • Porém: problemas com segurança.

A moto acaba sendo uma boa alternativa para quem quer gastar pouco. Mas é um meio de transporte perigoso no Brasil. Não apenas pela criminalidade e o fato de que o furto de motos é muito comum, sendo difícil até mesmo de manter um seguro de moto, mas também pelos riscos de acidentes.

Eu sempre me lembro que quando estou de carro há uma carcaça e airbag que irá estourar para me trazer segurança, enquanto de moto, eu sou o airbag.

Se optar por esta alternativa, seja muito cuidadoso(a).


Carro alugado ocasional
  • Perfeito para viagens e tarefas pontuais

  • Muito mais barato que ter um carro parado na garagem

Se você optar por não ter nenhum veículo ou mesmo um veículo pequeno, saiba que alugar um carro apenas para viagens é uma ideia boa. Além de estar com todas as manutenções em dia, você pega um carro relativamente novo para sua viagem.


Elétricos
  • Menos manutenção

  • Consumo baixíssimo

  • O problema ainda é o preço de compra

Se você não trabalha com aplicativo, esta opção ainda não é para você (do ponto de vista financeiro). Os modelos ainda são bem mais caros que os à combustão e o consumo baixíssimo acaba não retornando se você não usa o bastante para colher o resultado.

Bicicletas e Patinetes
  • Menos manutenção

  • Consumo baixíssimo

  • Ótimo para pequenas distâncias


Transporte por Aplicativo
  • Consumo baixíssimo

  • O problema é a disponibilidade

Nem todo lugar vai ter, nem todos aplicativos em todas as cidades são bons. Aqui é muito popular o 99. No caso do Uber, ele perdeu a liderança pois as taxas não são boas para os motoristas e o InDrive não tem suporte. Quando tentei utilizar me estressei demais com motoristas cobrando a mais por fora em corridas que eles tinham concordado com o valor. 

Transporte Público
  • Depende da cidade

O ideal é conhecer mais sobre o tranporte público da sua região. Em alguns casos pode ser interessante e barato.

Nem Tudo é Financeiro!

Ter um veículo na família não é apenas pensar no ponto de vista financeiro. Em nosso caso, optamos até o momento por termos um único veículo. Ambos trabalham, porém quem trabalha mais longe de casa fica com o veículo. Em viagens e fim de semana é uma comodidade a mais, poder ir à qualquer lugar a qualquer hora. Sem contar na possibilidade em emergências.
Tranporte por aplicativo se tornou um aliado no dia a dia, já que chego a gastar menos de R$ 150,00 por mês em aplicativos de tranporte.

Então para finalizar: adquirir carro é pra quem vai usar bastante e vai exigir pagar seus custos de manutenção. Se você quer mobilidade com tranquilidade há opções melhores hoje em dia.

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